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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lavras: a Alvorada Bate Asas

O bom filho à casa retorna. E os mauss também.

Hoje, eu e Lucas Porco, amigo e parceiro querido que já viajou tantas canções comigo e ainda há tantas a viajar, conduzimos uma aula show no CNEC, nossa escola Natal, intitulada A Letra da Música e a Música da Letra: um passeio pela poesia e canção brasileira.
Entre abraços e sorrisos de reencontro, hormônios lutanto contra a quietude dos terceiranos, poemas, músicas, sistema e vida, a aula foi um espetáculo, acho. O sonho valeu o sono, sinto.
E ainda num palco que a uns seis anos atrás interpretei Álvarez de Azevedo, junto dum mesmo Pig Violeiro, ainda iniciantes nesse mundão de notas e prosas, de tantas noites e tantas tavernas e tantas cavernas e mundo das ideias.
Ironias, ou descaso do acaso.
Um caso a se pensar: levar esses sons e signos pra outras bandas e outros cantos. Quem sabe?

Pra não perder a viagem, vou, voô:


Dia da Criação


I


Vingar o Verso

Até que o Verbo

Se faça Carne


...

II

a letra ilumine
a água em lágrima
a imagem, em paisagem

...


Retrato Falado


faro de tato

pele de pelo

língua de sapo


vi meio torto

meio vil

meio vivo

meio morto


machucado

saía sangue

das palavras


olhos abertos

ao gosto do vento

pupilas do olvido

dilatadas


não sei se corria

atrás ou à frente

de seu tempo


plantou folhas

no chão

como se

semente


e foi-se embora

sem forma

faca entredentes.


Tal vez só

um sonho

perigoso


um poema de pernas

- correndo das grades

das letras das frases -

livre dos livros: à liberdade.


...

E prosseguimos. Libertinagem, ainda que tardia.

Foto: Proibido parar na rua. Estacione na lua, por Irgou dos Santíssimos Alvarez

2 comentários:

  1. Olá Irgo! Saudações Literárias...
    Muito bem cuidado seu espaço. Parabéns!
    Sempre que eu puder voltarei.
    Abraços de Luz.
    Visite o ILUMINANDO A VIDA.

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