Folhas Amarelas
É preciso guardar vida para o inverno
e conservá-la dentro de si, dentro do só
Para se aquecer do vento do lado de cá
se esquecer do lento veneno corroendo
correndo nas veias dos presentes, passados do pó
Daí escorrer essa seiva pela ponta dos dedos d'alma
pelas linhas inscritas nas trilhas de nossas palmas
entrelaçadas, trêmulas de gelos, credos e medos
Para depois cantar em silêncio nossos coletivos segredos
E aguardar para decantar o encanto de nossos desejos
Assim seja. Será?
...
Do beco para o horizonte
Dizem que não há mais adiante, não adianta
Impera o imperialismo positivismo racionalismo
Empilhando empirismos e palpáveis ismos
A utopia a poesia a fantasia..ia.não vai mais.
O sono acabou. Acordemos. Levantemos das redes
Sociais que nos prendem a essa inação coletiva
Personagens e metáforas ainda dormem em casas
Abandonadas de palavras e frases (ainda) sem asas
Não temos a chave. E como não tenho direito ao urro
Eu uivo, e esmurro e derrubo, mesmo se não. Estuprar
o reino das palavras. Cheirar o pó estanque de suas
estantes e espirrar perversos versos na cara do horizonte
Por isso irmos, de mão em mão, ir, irmãos
Pé ante pé, pra frente do mesmo pra sempre assim
Pela imobilidade que nos resta, empunhar cadeiras
De roda moinhos e fazer café dessa fé em conserva
Nada nesse rio, é preciso.
Viver? É impreciso.
A vidachama. Espera.
Vamos juntos? Ou morreremos com ela?
...
A Pau e Pedra e Água e Falta, continuamos caminhos.
Senão por nós, pelos eus que somos juntos, em nossa desesperada espera de ser e não ser. Sozinhos.
Foto: A Dança da Esperança - Irgo Malavrado - Picinguaba/RJ - Outubro 2010.
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