Prefiro escrever com os sentidos cheios. Do ouvido à vista, a pele, a língua. Com as portas da percepção preenchidas, pode a alma ver além da luz, ouvir além da onda e, antes e acima de tudo, sentir o circular ir, do átomo ao mundo (e além, e aquém). Ter contato de dentro pra fora com o âmago, com o big-bang onde reside a gênese necessária à criação, à vida, ao universo, à poesia.
Anseio o sabor e não o saber.
O seio
O sêmem
O sangue
...
paro pra ver a vista
do mundo modernalista
e vejo, ficando lá atrás
...
No meu aniversário
Não ganhei muitos presentes
...
bebida, caminho de ida.
sim
essa é nossa sina
...e nosso sin
são?
não
a realidade só me enterra
dentro do caixão.
...
Entre nada
e tudo
o vão se abre
para o mundo
entre o céu
e o fogo
o mar desliza
para o fundo
entre o vivo
e o morto
o cheio corre
para o oco
entre a casca
e o caroço
o suco escorre
para o poço.
...
Entre um crente e um cético, há uma nuvem de elétrons. Entre o ser e o não ser, há um faminto querer. Entre o escuro e o ver, há raios olhos e o que pode vir a ser. Entre eu e você, há o olhar. Um, a letra. Outro, o Ler.
quinta-feira, 31 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Não sou feliz mas não sou mudo. Hoje canto muito mais.
Frase belchioriana, grudada na Lesma subindo na parede lodosa da vida.
Silenciosamento, canto.
...
de canto em canto
cada humano conta
as gotas de seu pranto
de canto em canto
cada homem esconde
as gotas de seu sangue
de canto em canto
cada ser seca as lágrimas
do seu querer estar vento
e não poder ser nada
além de carne sangue água
onde inventamos a voz o ritmo
a palavra encantada
onde inventamos nós os ritos a palavra
onde invetamos vós o grito a palavra
voando fora da asa
...
Miméticaminhos
Em matéria de vida imito o mineiro
pá e lavra
pés mesclados na água
castelo de pedra erguido na areia
procurar na lama no lodo nos lados
pescar pedra e pó com peneira
pepitas preciosas deamantes
incrustados em cada instante
tirar da corrente
salvar da correnteza
que corre parada
e nunca é a mesma
Talvez na praia nas noites do diàdia
eu encontre um bruto diamante
ou quem sabe, a brutal -
Poesia
...
não há um Outro
que me habita
há Outros
e são Tantos
que me perco em meio
a mantos
a máscaras
e panos
há o olhar
o não lugar
sem olhos ou corpos
e estou lá
há sonhos enterrados
espelhos
desejos
e cacos
não há eu (para perder-se)
há falta
há nós
e os laços
há uma cidade
de muitas ruas
com seus becos
e buracos
...
Bêbado.
Menos de bebida
que de sonho
de olhar e ouvir
e falar e sentir
noiteahnoite o dia
além da luz
No encontro dos olhos
dos corpos do copos
receosos tilintantes
corações cheio de sangue
enquanto vida e
enquanto dor
cheios de algo bombeando o Ir
seja pra onde for
tremendo de coragem
de frio
de amor
...
Um aperto no peito pingando
...
O Vento Levou
...
Poesia é ver o fruto além da casca?
Silenciosamento, canto.
...
de canto em canto
cada humano conta
as gotas de seu pranto
de canto em canto
cada homem esconde
as gotas de seu sangue
de canto em canto
cada ser seca as lágrimas
do seu querer estar vento
e não poder ser nada
além de carne sangue água
onde inventamos a voz o ritmo
a palavra encantada
onde inventamos nós os ritos a palavra
onde invetamos vós o grito a palavra
voando fora da asa
...
Miméticaminhos
Em matéria de vida imito o mineiro
pá e lavra
pés mesclados na água
castelo de pedra erguido na areia
procurar na lama no lodo nos lados
pescar pedra e pó com peneira
pepitas preciosas deamantes
incrustados em cada instante
tirar da corrente
salvar da correnteza
que corre parada
e nunca é a mesma
Talvez na praia nas noites do diàdia
eu encontre um bruto diamante
ou quem sabe, a brutal -
Poesia
...
não há um Outro
que me habita
há Outros
e são Tantos
que me perco em meio
a mantos
a máscaras
e panos
há o olhar
o não lugar
sem olhos ou corpos
e estou lá
há sonhos enterrados
espelhos
desejos
e cacos
não há eu (para perder-se)
há falta
há nós
e os laços
há uma cidade
de muitas ruas
com seus becos
e buracos
...
Bêbado.
Menos de bebida
que de sonho
de olhar e ouvir
e falar e sentir
noiteahnoite o dia
além da luz
No encontro dos olhos
dos corpos do copos
receosos tilintantes
corações cheio de sangue
enquanto vida e
enquanto dor
cheios de algo bombeando o Ir
seja pra onde for
tremendo de coragem
de frio
de amor
...
Um aperto no peito pingando
como tinta em cada ponto final.
.uma gota de tinta
.uma gota de sangue
.uma gota de sal
sempre tão novo
sempre tão igual
O nó na garganta
a degolada
e persistente
esperança...
...O Vento Levou
.
com o tempo, vemos
que palavras
como o tempo, voam
...Poesia é ver o fruto além da casca?
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