Silenciosamento, canto.
...
de canto em canto
cada humano conta
as gotas de seu pranto
de canto em canto
cada homem esconde
as gotas de seu sangue
de canto em canto
cada ser seca as lágrimas
do seu querer estar vento
e não poder ser nada
além de carne sangue água
onde inventamos a voz o ritmo
a palavra encantada
onde inventamos nós os ritos a palavra
onde invetamos vós o grito a palavra
voando fora da asa
...
Miméticaminhos
Em matéria de vida imito o mineiro
pá e lavra
pés mesclados na água
castelo de pedra erguido na areia
procurar na lama no lodo nos lados
pescar pedra e pó com peneira
pepitas preciosas deamantes
incrustados em cada instante
tirar da corrente
salvar da correnteza
que corre parada
e nunca é a mesma
Talvez na praia nas noites do diàdia
eu encontre um bruto diamante
ou quem sabe, a brutal -
Poesia
...
não há um Outro
que me habita
há Outros
e são Tantos
que me perco em meio
a mantos
a máscaras
e panos
há o olhar
o não lugar
sem olhos ou corpos
e estou lá
há sonhos enterrados
espelhos
desejos
e cacos
não há eu (para perder-se)
há falta
há nós
e os laços
há uma cidade
de muitas ruas
com seus becos
e buracos
...
Bêbado.
Menos de bebida
que de sonho
de olhar e ouvir
e falar e sentir
noiteahnoite o dia
além da luz
No encontro dos olhos
dos corpos do copos
receosos tilintantes
corações cheio de sangue
enquanto vida e
enquanto dor
cheios de algo bombeando o Ir
seja pra onde for
tremendo de coragem
de frio
de amor
...
...
...
Poesia é ver o fruto além da casca?
no canto e no ponto, há além antes de mais nada, raíz...
ResponderExcluir'Criar Raiz
ResponderExcluirE se arrancar
hora de ir embora
quando o corpo quer ficar
toda alma de artista quer partir
arte de deixar algum lugar
quando não se tem
pra onde ir...'