Prefiro escrever com os sentidos cheios. Do ouvido à vista, a pele, a língua. Com as portas da percepção preenchidas, pode a alma ver além da luz, ouvir além da onda e, antes e acima de tudo, sentir o circular ir, do átomo ao mundo (e além, e aquém). Ter contato de dentro pra fora com o âmago, com o big-bang onde reside a gênese necessária à criação, à vida, ao universo, à poesia.
Anseio o sabor e não o saber.
O seio
O sêmem
O sangue
...
paro pra ver a vista
do mundo modernalista
e vejo, ficando lá atrás
...
No meu aniversário
Não ganhei muitos presentes
...
bebida, caminho de ida.
sim
essa é nossa sina
...e nosso sin
são?
não
a realidade só me enterra
dentro do caixão.
...
Entre nada
e tudo
o vão se abre
para o mundo
entre o céu
e o fogo
o mar desliza
para o fundo
entre o vivo
e o morto
o cheio corre
para o oco
entre a casca
e o caroço
o suco escorre
para o poço.
...
Entre um crente e um cético, há uma nuvem de elétrons. Entre o ser e o não ser, há um faminto querer. Entre o escuro e o ver, há raios olhos e o que pode vir a ser. Entre eu e você, há o olhar. Um, a letra. Outro, o Ler.
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porra irgo, muito doido, a poesia e os parágrafos. Agora eu sei que não é bom abrir todas as portas, o inimaginável pode estar acontecendo, e o ser que poderia não estar presente pode estar sendo.
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